O ganha-ganha da privatização
Em meio às fortes oscilações recentes no desenrolar do ambiente de política econômica global e nacional, onde ações domésticas e americanas desvalorizaram em julho, tivemos uma exitosa e bonita operação no Brasil.
Foi finalizado o processo de privatização da Sabesp, a empresa paulista de saneamento que foi muito bem administrada por anos, por equipe profissional e com boa governança, apresentando indicadores e resultados bons e com histórico de boas práticas.
Mesmo com excelência na gestão, a eficiência de estatais não tem como se comparar com a gestão privada que é mais rápida, mais adaptável, mais implacável na busca dos objetivos definidos pelos acionistas.
Assim, nesse processo venceu o Estado que vendeu sua participação por preço nunca visto na história da companhia, ganharam também os investidores que contam com mais uma oportunidade de alocação dos recursos de seus clientes. Ainda mais importante, ganha a sociedade que vai receber a universalização do serviço de água e esgoto em prazo que seria inexequível na estrutura de controle público. Além disso, o Estado pode se dedicar ao objetivo mais nobre, e com mais recursos financeiros, de prover a população com o melhor serviço disponível.
Em julho consolidou-se a leitura de desaceleração da atividade econômica americana, que irá permitir que se inicie o ciclo de queda da taxa de juro na próxima reunião do comitê de política monetária (FOMC), em setembro. Ao mesmo tempo e com sinal trocado, o Banco Central do Japão subiu a taxa de juro básica, trazendo uma dinâmica diferente ao mercado, que se acostumou com a oportunidade de captar recursos à custos muito baixos no mercado japonês. Aliado ao movimento de realização de lucros nas empresas de tecnologia americanas, agosto inicia com mais turbulência nos mercados que o normal. Moedas de economias emergentes estão caindo, ao mesmo tempo em que commodities perdem valor.
No Brasil, o risco fiscal interfere na precificação dos ativos de risco. A fragilidade fiscal atual permitiu que o dólar atingisse níveis historicamente altos. Os ativos e os produtos de crédito privado seguem se mostrando boa alternativa de investimento, com baixa volatilidade e rendimentos que se aproveitam da alta taxa de juro doméstica.
Boa leitura!!
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